Saí do cinema tonta. O corpo,
pelo salgadinho
que comi antes da sessão. A alma, pela história. A quem Petra
procura? Elena? Ela mesma? A quem eu procuro? Eu procuro?
Vi delicadeza, profundidade,
intensidade, vida e morte, em meio a um mundo louco - geralmente tão
superficial e tão “para inglês ver”. Por que será que as pessoas assim, desse
jeito, sofrem tanto? Acho que é porque sentir dói. Ser dói. Encontrar-se e
descobrir-se dói. Sentir é padecer. E almas delicadas, porque sensíveis,
padecem com o mínimo, com o insuspeito, com o que parece bobagem, com o
despercebido. Sim, pela capacidade de sentir aguçada, elas percebem o
despercebido; e isso dói.
Querer mais dói. Mais fácil
acostumar-se com o habitual, querer menos, sonhar menos, sentir menos, ser
menos. A Pequena Seria morreu por querer muito. Será que eu tenho medo de
querer?
Cá com meus botões, começo a
ficar com medo da minha melancolia intrínseca (oprimida e reprimida) e assumo,
com pesar, que sou covarde...
...acho que dançar com a lua deve
ser bom...
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