sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Cuidando de um blog abandonado...
em 2010 tentarei dar mais atenção a este espaço e cuidadar desse blog abandonado, darei a mão e um pouquinho do braço.
Prometo!
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Acertando as contas com velhos fantasmas
A leitura foi um reencontro com velhos fantasmas - sim, eles sempre pareceram de outro mundo - que assombraram minha vida de estudante, no ensino médio, com leis, fórmulas e cálculos intermináveis. Tal reencontro permitiu que, em meu imaginário, personagens como Newton, Lavoisier, Bohr, Einstein, entre outros, perdessem seu caráter espectral e se tornassem gente de carne e osso. Em outras palavras, percebi que as fórmulas matemáticas e os conceitos não “caíram do espaço sideral” – apesar de terem “caído de pára-quedas” sobre mim na escola –, nem vieram do nada; antes são frutos de experiências vividas, advém da curiosidade de pessoas que tentaram compreender o funcionamento do mundo em determinados tempos/espaços. Infelizmente, estas questões não foram exploradas durante as minhas aulas de Física. Se fossem, acredito que ela deixaria de ser um “bicho-papão” e passaria a fazer sentido para mim e meus colegas.
Há beleza em compreender uma fórmula relacionando-a com as inquietações e interrogações de seu criador, relacionando-a com os movimentos e processos dos quais ela é uma consumação. Uma fórmula é uma sistematização lógica de um movimento de curiosidade, especulações, perguntas e até mesmo de angústias. É uma sistematização matemática de um entendimento de funcionamento de mundo.
Ao término da leitura eu estava com muita raiva dos meus professores e de mim. Dos professores por não terem me permitido ver a beleza da física (talvez nem eles soubessem de tal beleza); de mim por não ter aproveitadoa física como mais uma referência para a compreensão do mundo.
Fiz as pazes com a Física. No lugar da aversão à disciplina ficou uma "saudade que eu sinto de tudo que ainda não vi"...
domingo, 2 de agosto de 2009
Na bagunça dos arquivos
Outro dia encontrei um sonêto que fiz na escola (faz é tempo...) no período de aniversário da minha cidade.
Salvador
Salvador, minha cidade querida
Teu ar é cheio de vida
Esplêndida desde que surgiu
Tu és os coração do Brasil
Feliz de quem nasce em teu seio
Triste de quem sai de seus braços
Se longe de ti morre de saudades
Voltará novamente ao seu regaço
Minha Salvador é gloriosa
Dentre as outras, é formosa
Menina faceira e fogosa
Poesia, paixão, boemia
Salvador, capital da Bahia,
Tu és o coração do Brasil
quarta-feira, 15 de julho de 2009
O bunner
Ela estava no ponto de ônibus com o seu companheiro inseparável daquele dia: o bunner. Não era pesado, mas um volume bastante incômodo de transportar, principalmente para quem estava apinhada de livros.
Ficou feliz ao avistar, ao longe, o seu ônibus. Quando ele chegou mais perto, sua felicidade tornou-se dupla; apesar do horário, estava vazio. Passou pelo torniquete e sentou-se.
Em suas mãos, entre os livros que carregava, havia um em especial que estava roubando-lhe atenção desde o dia anterior. Para retomar a sua leitura, era necessário desocupar as mãos, ou seja, acomodar o bunner.
Pelo vidro da janela, percebeu que alguém dentro do ônibus a observava. Era um rapaz. Era bonito. Felicidade tripla. Talvez a produção do dia estivesse dando resultado, e ela iria colher os louros (era um dia daqueles nos quais ela acordara bem disposta e decidida a sair de casa bonita; escolheu roupa e acessários meticulosamente, caprichou na maquiagem. Precisava alimentar o seu ego com alguns olhares e elogios do sexo oposto).
Sim, o bunner. Primeiro tentou acomodá-lo na fenda entre as cadeiras, mas, na primeira parada do ônibus... lá se foi o bunner, deslizando suave entre as fendas e escapando para o chão. O rapaz continuava olhando. Ela acompanhava pelo reflexo na janela.
Segunda tentativa: colocar o bunner deitado no colo. Seria perfeito, se o bunner não fosse comprido de mais a ponto de alcançar o corredor... O rapaz ainda olhava. Ela, ainda acompanhando pelo reflexo, estava meio lisonjeada e meio sem graça. Ele tinha dois livros grossos no colo, uma pasta preta sobre o banco e um livro mais fino nas mãos. Parecia estar estudando. E ela queria ler também.
Mais uma tentativa: acomodar o bunner na fenda entre o canto e a cadeira... Nada feito! Muito estreito... Ela olhava para o livro... mas o bunner...
Resolveu colocá-lo entre as pernas. Como não havia pensado nisso antes?! Agora sim poderia ler. Um parágrafo, uma página, outra página... relaxou... esqueceu-se do bunner... relaxou as pernas... bunner na cabeça!!
Trágico ou cômico? O rapaz ao lado observava tudo. Ela aproveitou a oportunidade para estabelecer algum contato. Olhou para ele e deu o seu melhor sorriso...
Ele arregalou os olhos e não moveu mais nenhum músculo da face. Abaixou a cabeça e retornou à leitura com uma concentração desconcertante. Tão desconcertante que ela ficou desconcertada. E ele não olhou mais.
Ela desistiu do livro. Abriu a bolsa e pegou o ipod. Fone no ouvido, livros no colo e ele, o bunner, confortavelmente acomodado, tendo para si o cuidado das duas mãos que lhe serviram o dia todo.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Egoista?!?!
Hoje eu estou afim de ler um livro, de escrever bobagens, de ruminar abobrinhas sem ter a menor preocupação de que alguém leia, goste, encontre algum sentido, ou que seja alguma grande contribuição para a humanidade.
Quero escrever apenas porque gosto, porque o som do teclado é uma melodia que faz bem aos meus ouvidos. Quero ler literatura, filosofia, sem ter que me preocupar com o meu currículo lattes, quero ler simplesmente porque quero, sem nenhuma finalidade pragmática, sem nenhum sentido para além disso.
Chega! Por hoje não!!
domingo, 7 de junho de 2009
Canções pela metade
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Um pouquinho de Castro Alves...
I
Minh’alma é como a fronte sonhadora
Do louco bardo, que Ferrara chora...
Sou Tasso!... a primavera de teus risos
De minha vida as solidões enflora...
Longe de ti eu bebo os teus perfumes,
Sigo na terra de teu passo os lumes...
— Tu és Eleonora...
II
Meu coração desmaia pensativo,
Cismando em tua rosa predileta.
Sou teu pálido amante vaporoso,
Sou teu Romeu... teu lânguido poeta!...
Sonho-te às vezes virgem... seminua...
Roubo-te um casto beijo à luz da lua...
- E tu és Julieta...
III
Na volúpia das noites andaluzas
O sangue ardente em minhas veias rola...
Sou D. Juan!... Donzelas amorosas,
Vós conheceis-me os trenos na viola!
Sobre o leito do amor teu seio brilha
Eu morro, se desfaço-te a mantilha
Tu és — Júlia, a Espanhola!...
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Na bagunça dos arquivos...
Amo-te
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Parte 3
ou a moça, o romântico, o introspectivo e o fazendeiro
domingo, 25 de janeiro de 2009
Parte 2
ou a moça, o romântico, o introspectivo e o fazendeiro