Eu não ando só pelos caminhos da vida.
Alguém me acompanha.
Alguém me persegue.
Urra em meu peito feito ventania,
A companheira dos que não tem companhia:
A minha solidão.
Sempre fria e velada,
Tem-me a ela aprisionada.
É fardo que carrego calada,
Que fez em mim sua morada.
Parte de mim, como letra e canção.
E se eu fosse morar na lua,
Distante da escuridão dessa rua,
Onde uma estrela maior brilha,
Voar num cometa sem deixar trilha?
Ela, ainda assim, me seguiria.
E se eu tivesse meu corpo
Dentro de uma cova fria?
Enterrado para sempre
Num verso cheio de melancolia?
A minh'alma, certamente, ela acompanharia.
Um comentário:
De uma tristeza bonita :)
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