Se não há desatino, insanidade, irresponsabilidade, impetuosidade e taquicardia... Sinto lhe informar, caro amigo, que isso que você sente pode ser qualquer coisa, só não é amor.
Talvez virose. Aceita um antibiótico?
Não foi a última a morrer. Também não foi a primeira.
Tampouco morreu de velha.
Consta no atestado de óbito que a morte foi causada por um poderoso punhal de puro aço, cravado no
peito às 5 horas, na Avenida Central.
Cansada de esperar, em um golpe certeiro, a Esperança morreu de desgosto.
(... mas as pessoas na sala de jantar...)
Outro dia, li que ser boazinha, gentil e simpática não fará a vida florir... Concordo.
Hora de acordar a menina má e tirar-lhe da coleira. E soltar todos os palavrões e gritos atravessados na garganta que me impedem até de respirar. Sem direito a rezar baixo pelos cantos e sem culpa por ser uma menina má.
Ceder aos desejos dos outros me isola de mim... Ser eu mesma me afasta dos outros... Então, prefiro fazer o que eu quero e estar sempre comigo. E foda-se o resto.
Vontade de rua, de lua, de mar.
Vontade de correr, cantar, dançar.
Vontade de sair, fugir, viajar.
Mas, como sou covarde (e me escondo sob a capa das "responsabilidades"), o jeito é ficar.
E assim eu fico, e sendo não sou.