sábado, 27 de setembro de 2008

Quando sei que estou apaixonada



Quando a vida se torna mais colorida.
Quando o cansaço é vencido pela simples lembrança de alguém a quem se quer bem.
Quando o pôr-do-sol não é apenas mais um entre muitos.
Quando tenho vontade de dançar na chuva, de pular feito criança.
Quando falo com as paredes.
Quando o vento penteia meus cabelos e a brisa acaricia meu rosto.
Quando me pego rindo sozinha por algo que eu disse, ou não disse; por algo que fiz ou deixei de fazer.
A alma flutua. O corpo não anda, baila leve.
Os meus pés? Não caminham, deslizam.
O caminhar é todo de passos de um bolero dançado nas nuvens.
Os sentidos são aprimorados: o som tem cheiro, o gosto tem cor, o cheiro tem textura, o tato é audível... E eu, ainda tonta com essa tessitura, aprendo a enxergar o mundo com outros sons...
O corpo não obedece, a coordenação desaparece. Todos os sistemas – do ósseo ao nervoso – elegem como seu senhor esse a quem eu quero bem. Na presença, estremece. Na ausência, a menor recordação é o dispositivo que aciona um sorriso largo que custa em querer deixar o rosto. Reações químicas, conseqüências físicas, sintomas do estrado febril, frenético da alma.
Qualquer música faz recordar. Todas – todas mesmo – têm alguma coisa a ver, dizem um pouquinho da minha história.
A ânsia do encontro... o medo de olhar... a curiosidade em saber se existe um pouquinho de mim dentro de você.

2 comentários:

Narradora disse...

Oi Paula, interessante o seu lugar.
Gostei muito dos textos - tenho problema com idéias fugidias e também comecei lendo quando pequena, normalmente coisas que não eram muito atrativas pros meus amigos da época...rs

disse...

Px, será que eu vivo sempre apaixonada??? :)