quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Deixe-me!

Eu não ando só pelos caminhos da vida.

Alguém me acompanha.

Alguém me persegue.

Urra em meu peito feito ventania,

A companheira dos que não tem companhia:

A minha solidão.


Sempre fria e velada,

Tem-me a ela aprisionada.

É fardo que carrego calada,

Que fez em mim sua morada.

Parte de mim, como letra e canção.


E se eu fosse morar na lua,

Distante da escuridão dessa rua,

Onde uma estrela maior brilha,

Voar num cometa sem deixar trilha?

Ela, ainda assim, me seguiria.


E se eu tivesse meu corpo

Dentro de uma cova fria?

Enterrado para sempre

Num verso cheio de melancolia?

A minh'alma, certamente, ela acompanharia.

Um comentário:

Narradora disse...

De uma tristeza bonita :)