terça-feira, 18 de novembro de 2008

Tic-tac


Tempo-tic, tempo-tac
Tempo, tempo, tic-tac

A flor se abriu, a menina levou.
O fruto caiu, a planta murchou.

O sol surgiu, e o horizonte tragou.
A noite subiu, e a lua assentou.

Tempo-tic, tempo-tac
Tempo, tempo, tic-tac

Do fogo de outrora, a brasa ficou.
A cinza de agora, o vento levou.

Adiante chora, aqui cantou.
O pranto foi embora, o riso voltou.

Tempo-tic, tempo-tac
Tempo, tempo, tic-tac

Na ida neném, na volta criança.
Hoje alguém, amanhã lembrança.

O que era já foi, o que é já vai indo.
O que virá será já, logo vem seguindo.

3 comentários:

Mônica Paz disse...

Muito engraçadinho esse poema. Sempre bom passar por aqui beijos

Narradora disse...

Bem lindinho, assim o tempo não assusta :)
Bjs

Raimundo Poeta disse...

Se sabemos jogar com as palavras, para que precisamos de odes enormes que muitas vezes nada dizem? Aprendi que, muitas vezes, o vazio enigmático vale mais que o detalhamento analítico sem graça...
Belíssimo poema, adorei o jogo de palavras entre tempo, vida e evolução. Maravilhoso! És mesmo uma grande escritora e poeta. E o que vira logo, já seguindo?

Beijos.

Raimundo Poeta