quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Oração da Nossa Senhora do Silêncio


Mãe do Silêncio e da Humildade, tu vives perdida e encontrada no mar sem fundo do Mistério do Senhor.
  Tu és disponibilidade e receptividade. 
  Tu és fecundidade e plenitude. 
  Tu és atenção e solicitude pelos irmãos. 
  Estás revestidas de fortaleza. 
  Resplandecem em ti a maturidade humana e a elegância espiritual. 
  És senhora de ti mesma antes de ser nossa Senhora. 
  Em ti não existe dispersão.
Em um ato de simples e total, tua alma, toda imóvel, está paralizada e identificada com o Senhor. Estás dentro de Deus, e Deus dentro de ti. O Mistério total te envolve e te penetra e te possui, ocupa e entrega todo o teu ser.
Parece que em ti tudo ficou parado, tudo se identificou contigo: o tempo, o espaço, a palavra, a música, o silêncio, a mulher, Deus. Tudo ficou assumido em ti, e divinizado.
Jamais se viu figura humana de tamanha doçura, nem se voltará a ver nesta terra uma mulher tão inefavelmente evocadora. Entretanto, teu silêncio não é a ausência, mas presença. Estás abismada no Senhor e ao mesmo tempo atenta aos irmãos, como em Caná. A comunicação nunca é tão profunda como quando não se diz nada, e o silêncio nunca é tão eloqüente como quando nada se comunica.
Faze-nos compreender que o silêncio não é desinteressante pelos irmãos, mas fonte de energia e de irradiação, não é encolhimento mas projeção. Faz-nos compreender que, para derramar, é preciso preencher-se. Afoga-se o mundo no mar da dispersão, e não é possível amar os irmãos com um coração disperso. Faze-nos compreender que o apostolado, sem silêncio, é alienação, e que o silêncio, sem apostolado, é comodidade.
Envolve-nos em teu manto de silêncio e comunica-nos a fortaleza de tua fé, a altura de tua Esperança e a profundidade de teu Amor.
Fica com os que ficam e vem com os que partem. Ó Mãe Admirável do Silêncio! Amém.

domingo, 18 de setembro de 2016

Não é um filme de Almodóvar

E mais de um ano depois, olha eu aqui de volta para tentar escrever alguma coisa. Não tem nada de poético, é mais um desabafo. A inspiração anda zero e as musas não cantam (desconfio que tiraram férias e esqueceram o caminho de volta).
Pois bem, além de "desinpirada" acho que estou meio muito desesperada. Uma mulher à beira de um ataque de nervos.
Antes, eu era reticências. Agora, sou apenas ausências.
Falta beleza.
Falta leveza.
Falta delicadeza.
Falta paciência.
E o que resta de mim, é uma parte que não gosto; (Des)gosto.