domingo, 15 de maio de 2011

Fim?



Outra dia, andei lendo algumas coisas de física (como pessoa leiga que gosta de história da ciência). E, para variar, fiquei ruminando, pensando cá com os meus botões... Mas, dessa vez, as minhas divagações se dirigiram para um assunto sobre o qual as pessoas gostam de falar pouco (ou pelo menos eu gosto de falar pouco): o fim. Não tem nada a ver com 2012, e sim com o fim de cada um  e de todos .
Já parou para pensar que a gente começa a morrer quando a gente nasce? Que a morte está intrínsecamente ligada à vida? Eu já havia pensado nisso, mas isso nunca havia me ocorrido de uma forma tão dura; isso nunca havia me tocado de uma forma profunda.
Fiquei pensando nas frutas, e cheguei à conclusão de que somos como elas. Os nossos ciclos de vida são muito parecidos!
Imagine uma fruta... Uma manga, por exemplo. A manga nasce, miudinha, verdinha... vai crescendo... crescendo... sua coloração vai mudando... atinge uma fase em que está em sua melhor forma... torna-se um fruto robusto e cheiroso, com sua casca lisinha... e ali, ainda no pé, a coloração vai mudando... a casca enrugando... a robustez se esvaindo... até o ponto em que não há mais força para manter-se unida à mangueira, onde nasceu e viveu, e terminar no chão, no solo, tragada (ou acolhida) pela terra... É esse o seu ciclo, iniciado no momento em que começou a existir... O organismo que abriga a potência do começo (da vida), também abriga a potência da fim (da morte)...
E nós somos assim. E tudo na natureza é assim... ou quase tudo...
Intrigam-me as árvores. Embora sintam e apresentem os traços do tempo, elas não morrem de morte de morrida. As árvores nascem, crescem, se reproduzem e... se renovam! Sempre.
Acho que eu preferiria ser árvore. Acho. Não sei.
Volto a pensar na manga. Depois de acolhida pela terra, ela poderá originar uma nova mangueira... ela carrega em si a potência de uma nova árvore... e a àrvore não morre!
Será que isso é a vida eterna?

sábado, 7 de maio de 2011

No museu

Visitando dois museus de uma capital aqui do Brasil, tive vontade de conversar com os seguranças que trabalhavam neles. Em um deles, conversei com um senhor que ali trabalhava há mais de dez anos e com um rapaz mais novo, que estava neste emprego há alguns meses. Dentre outras coisas, na simpática prosa que engatei com um de cada vez, perguntei-lhes o que achavam de trabalhar ali. O primeiro respondeu que era um privilégio estar perto de obras tão importantes e começou a falar-me sobre sua preferência pelos quadros de Renoir. O segundo disse que era muito bom ver de perto obras sobre as quais ouviu falar na escola e que estar ali era uma aula de história. Citou um dos quadros, dizendo que tinha visto sua imagem em um livro de literatura no Ensino Médio. No outro museu, também conversei com duas pessoas, um rapaz e uma moça. Ela estava ali há dois anos e ele há alguns meses. Ao fazer a mesma pergunta do museu anterior, a reposta de ambos, um por vez, selou as conversas num “É legal”.