domingo, 25 de janeiro de 2009

Parte 2

Jogando conversa -
ou a moça, o romântico, o introspectivo e o fazendeiro




Sim. Em um dia a moça resolveu juntar os três. No outro, como metamorfose ambulante que era, titubeou... mudou de idéia. Olhando para o teto, riu de si mesma. Pensando alto, se perguntava: “Juntar os três? Por quê? Para quê?”. Tentava recordar que fios de pensamento a levaram a cogitar tal encontro, mas a memória lhe deixara na mão. Talvez não fosse problema da memória, talvez a idéia tivesse simplesmente surgido, e pronto! Mas, agora, ela procurava razões para promover o encontro; e não as via. Muito pelo contrário.
Seria uma mistura interessante? E para quê misturar? Não lhe era suficiente ter os três, um de cada vez? Seriam o fazendeiro, o romântico e o introspectivo conhecidos entre si? E se fossem? E se houvessem desafetos antigos entre eles? Que reunião inoportuna...
Um estalo! Alguma coisa havia caído no chão. A moça levantou-se e foi verificar. O barulho parecia ter vindo da varanda.
E fora mesmo na varanda o barulho. No chão, havia uma pedra atada, por um laço de fita, a um rolinho de papel. Curiosidade em saber quem arremessara ou mandara arremessar a pedra, ela não tinha. Nem precisava abrir para saber de quem se tratava. A curiosidade estava em saber o que o romântico havia escrito desta vez...